A Maldição do Tigre é o primeiro livro da Saga do Tigre escrito por Collen Houck. Kelsey é apenas mais uma adolescente americana normal que procurava um emprego para poder bancar uma faculdade. Apesar de já ser quase uma adulta, Kelsey se sente muito incerta sobre seu futuro desde que seus pais morreram. Quando aparece uma oportunidade para trabalhar como ajudante num circo a garota se vê encantada com os bastidores e o making of do show, mas é pela atração principal que Kelsey se sente ainda mais atraída: um enorme tigre branco. Kelsey se aproxima cada dia mais do animal e após algumas reviravoltas, descobre que o tigre é na verdade um antigo príncipe indiano - Alagan Dhiren Rajaram - que foi amaldiçoado há muito tempo por um feiticeiro. Kelsey parece ser uma parte importante do enigma para quebrar a maldição, então ela acaba concordando em ajudar Ren e embarca numa aventura de tirar o fôlego pela Índia.

A Maldição do Tigre é um livro incrível, pois apesar de ser um livro de ficção, a todo tempo a autora insere fatos e lugares reais, confundindo o leitor e fazendo-o mergulhar e acreditar de verdade na história. Kelsey é uma personagem bem comum, mas é exatamente isso que faz o leitor se identificar e confundir realidade e fantasia no livro. O fato de ser uma história com cenário, cultura e mitologia indiana foi uma surpresa muito agradável, pois a autora pesquisou bastante e conseguiu tecer uma história bem coerente e rica. Os personagens - mesmo a simples Kelsey - são bem construídos e cativantes, sendo praticamente impossível não se apaixonar também por Ren e criar uma simpatia enorme pelo Sr. Kadam. Tiveram alguns clichês nos personagens aqui e ali, mas acho que de certa forma foram impossíveis de se evitar. A aventura é de tirar o fôlego, tendo um toque de humor e bastante romance. Mas, por incrível que pareça, o romance acaba ficando em segundo plano com toda a cultura e misticismo indiano, pelo menos para mim.

A história é narrada em primeira pessoa, mas a narrativa é tão bem feita, os diálogos são bem pensados e construídos, e a história é tão única e original, que talvez se tivesse sido de outro jeito teria perdido um pouco do encanto. Também são inseridos vários poemas, notas e outros textos no livro, em uma fonte diferente, o que adiciona ainda mais na narrativa. Só senti falta depois de saber como Ren (e, mais para frente, Kishan) estavam se sentindo em alguns pontos da aventura. Eu lembro que quando achei esse livro nas prateleiras da livraria fiquei hipnotizada e encantada com a capa, afinal uma capa dessas dá um grande destaque ao livro e tem tudo a ver com a história. O fundo indiano também foi um forte fator para o sucesso da história, na minha opinião, pois é uma coisa totalmente diferente de todos os livros que já li.